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Vir ou Não Vir de Si Mesmo?
Daniel Motta - Senior Tupinambá Maverick da Bossa

Há alguns bons anos atrás, o CEO de uma das maiores empresas brasileiras listadas me encontrava com uma questão enigmática: como convencer os funcionários e os líderes homens daquele grande grupo que realmente poderiam aposentar as gravatas (mas mantendo os paletós, claro).

A resposta precisava apenas de um espelho: o próprio CEO ainda trajava seu terno impecável com sua gravata de seda, apesar das inúmeras comunicações internas promovendo o novo código de vestuário.

Muito antes das pantufas e das calças de pijamas destacando-se nos tempos pandêmicos de anteontem, a desconstrução do uniforme em prol do orgânico foi pauta de gestão de capital humano em quase todas as empresas.

Ainda que no início com certos contornos e limites, o movimento "Venha de Si Mesmo" tracionou, empolgou e se consolidou. Após a aposentadoria da gravata, seguiu-se o abandono do terno e da calça de linho nos armários masculinos. Mais recentemente, até mesmo os sapatos cederam espaço para os sapatênis. Homens e mulheres, hoje, estão mais livres, leves e soltos em suas camisetas, calças casuais (alguns até de bermudas...) e calçados confortáveis.

A adoção dos ambientes flexíveis de trabalho apenas intensificou algo já acelerado: os armários já não reservam mais gavetas e portas para a "roupa de trabalho" - está tudo junto e misturado, muitas vezes até amassado.

Voltando à questão primordial trazida pelo CEO que me encontrava no início do terceiro milênio, talvez a dificuldade em aposentar a gravata não se restringia apenas ao acessório vintage, mas principalmente à dificuldade em expor individualidades em um contexto coletivo muito tradicional e coeso.

"Venha de Si Mesmo" não se resume, obviamente, ao vestuário. Mas abre avenidas para apresentação das individualidades ao escrutínio grupal - algo desconfortável e libertador, ao mesmo tempo. O movimento insere-se no contexto da nova ética social do prazer que substitui a antiga ordem em torno da ética social do dever. O tripé lealdade-estabilidade-respeito sendo deslocado em prol do novo tripé conexão-experiência-expressão.

Nesse novo cenário corporativo, as multiplicidades existentes na sociedade civil permeiam com muito mais êxito as organizações mais porosas e maleáveis. A diversidade manifesta-se não apenas na agenda humanista de inclusão, mas também na convivência profícua com diferentes mapas mentais, valores e comportamentos.

Ficou mais difícil harmonizar e tracionar: fato!

Ficou mais fácil questionar e deslocar: fato!

Mas nem tudo são flores. "Venha de Si Mesmo" está longe de sua plenitude. Ser autêntico requer muita coragem e muita sensibilidade. Coragem para expor o individual, sensibilidade para perceber o grupal.

Em que medida a autenticidade depende do indivíduo ou do grupo? Em outras palavras, qual o nível de responsabilidade individual em assumir seus riscos com coragem e sensibilidade e qual o nível de compromisso coletivo em proporcionar ambientes favoráveis a diferentes expressões individuais?

Antes de concluir, um último pensamento... "Venha de Si Mesmo" pressupõe luzes e sombras integradas. Reconhecer a saúde individual como integrada é um grande passo evolutivo para o esforço de humanização das organizações. Ninguém é realmente capaz de deixar suas emoções particulares fora das rotinas de trabalho - ainda mais quando o trabalho se desenvolve dentro do ninho residencial repleto das questões pessoais.

Vir ou Não Vir de Si Mesmo?... Qual é mesmo a questão, caros CEOs?

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